O entrópio é uma alteração anatômica da pálpebra caracterizada pela inversão da margem. Ocasiona irritação ocular, sensação de corpo estranho, lacrimejamento, ceratite e ulceração corneana devido ao trauma constante dos cílios contra o globo ocular.
O entrópio adquirido pode ser classificado em: cicatricial e senil.
O entrópio involucional é o mais freqüente e acomete exclusivamente a pálpebra inferior. A fisiopatologia é explicada pelos seguintes fatores:
- frouxidão horizontal da pálpebra inferior, atrofia do tarso e frouxidão do tendão cantal lateral e medial;
- diminuição da tensão vertical da pálpebra inferior pela frouxidão dos retratores da pálpebra inferior e do septo orbitário;
- sobreposição do feixe pré-septal do músculo orbicular palpebral sobre o feixe pré-tarsal;
- enoftalmia senil secundária a atrofia da gordura orbitária
Algumas técnicas cirúrgicas para o tratamento do entrópio involucional foram desenvolvidas, sendo todas direcionadas para a correção das alterações anatômicas responsáveis por esta alteração, incluindo o encurtamento da pálpebra inferior, a reinserção dos músculos retratores da pálpebra inferior e o redirecionamento do feixe pré-septal do músculo orbicular.